Nichos do e-commerce: cada um na sua praia.
César Diniz/Hype Luciana Coen, diretora da Festa Express: mais de 80% do público é formado por mulheres, principalmente mães, que trabalham fora e veem no site a possibilidade de organizar uma festa sem sair de casa.O comércio eletrônico no Brasil finalmente está atingindo a maturidade. E não são somente os grandes varejistas que, como apontam as principais pesquisas do setor, respondem por 75% do total vendido no e-commerce.
O lucrativo setor eletrônico está também expandindo os negócios das pequenas lojas virtuais, principalmente daquelas mais antenadas com os desejos específicos desses consumidores internautas. é o que pode se chamar de e-commerce de nicho.
Sem projetos virtuais caros, altas verbas de publicidade online, além de pesquisa de mercado e monitoramento, esses negócios primam por atender a segmentos pouco atendidos pelos grandes do varejo. É o caso do shopping virtual Elo7 www.elo7.com.br, especializado na venda de artigos feitos à mão. Criado em 2008 , o Elo7 reúne num mesmo espaço virtual artesão, designers, estilistas e artistas plásticos que produzem objetos de decoração, bolsas e roupas customizadas e lembranças de aniversários. "A ideia é atender a um nicho que busca produtos personalizados", afirma Juliano Ipolito, criador do Elo7. Em dois anos, o shopping virtual já atingiu a marca de 10 mil produtos vendidos por mês e conta com mais de 100 mil usuários cadastrados – em sua maioria mulheres de 25 a 35 anos.
"Diferentemente do mercado de massa, o preço não é o principal apelo deste público, que está mais interessado em exclusividade", explica Ipolito. Afinal, onde a consumidora irá encontrar origamis e mandalas personalizadas, decoração em miniatura sob demanda e até joias exclusivas para quem é apaixonado por animais de estimação?
Outro exemplo de sucesso com a segmentação é o do site Festa Express www.festaexpress.com.br, loja virtual especializada em artigos para festas temáticas. Criada em 2006, a loja vende para todo o Brasil e até o exterior. Mais de 80% do público é formado por mulheres e mães que veem no site a possibilidade de organizar uma festa sem sair de casa. "Elas buscam facilidade de compra e diversidade de escolha a um preço justo", explica a diretora de operações da empresa, Luciana Coen. Para isso, a loja possui uma rotatividade grande e oferece novidades constantes, como itens ecológicos, kits para festas com o tema cinema, pôquer e Copa do Mundo. "A nossa seleção de produtos passa por um padrão de qualidade já reconhecido pelos clientes", destaca Luciana.
Oportunidade segmentada Marcos Mendes/e-SIM "Sabemos que nossos clientes buscam mais do que livros: eles querem informações qualificadas", disse Silvia Monteil, proprietária da Livraria Francesa. O comércio de nicho não é novidade no mundo off line. Lojas especializadas em produtos diferenciados, voltadas a um público que sabe exatamente o que precisa, sempre tiveram seu espaço no varejo. A diferença era que, para se fazerem conhecidas, elas contavam com a divulgação boca-a-boca de clientes ou pagavam publicidade em revistas e eventos segmentados.
Com a expansão da internet, o alcance dessas lojas aumentou exponencialmente. Hoje, basta uma busca no Google para se encontrar os mais diferentes produtos que vão de bolos personalizados a computadores usados. Numa das áreas mais concorridas do e-commerce – a venda de livros – a Livraria Francesa encontrou seu espaço explorando o nicho de quem gosta da cultura europeia. Há menos de dois anos, a proprietária Silvia Monteil desistiu de montar sua terceira loja física para investir no comércio eletrônico. Com a expertise de anos de trabalho na venda de livros franceses e um amplo conhecimento das demandas de seu público, a livraria não teve dificuldades em ganhar terreno na web. "Hoje, as vendas da loja virtual se igualam às duas lojas físicas", explica Silvia. Para ela, a grande vantagem foi ampliar seu público para todo o Brasil. "Dos consumidores da livraria virtual, 60% são novos clientes que sem a web não nos encontrariam", afirma.
Para fazer frente aos grandes varejistas, a Livraria Francesa aposta no atendimento personalizado. "Muitos clientes ligam para buscar informações, indicações de novos autores", conta Silva. A livraria também mantém um blog sobre cultura francesa que dá dicas de livros e autores consagrados. "Temos um público exigente, formado por estudantes, professores e amantes da cultura francesa. Sabemos que nossos clientes buscam mais do que livros: eles querem informações qualificadas", explica.
Com um discurso alinhado aos desejos dos consumidores, o comércio de nicho online cresce e assume uma lacuna que os grandes varejistas não ocupam. Segundo o analista de marketing digital, Leonardo Cabral, a internet é uma ótima opção para os lojistas especializados expandirem suas vendas. Mas o empreendedor deve se ater às características peculiares do meio virtual, como uma tecnologia eficiente e um marketing diferenciado. "Além de um bom site, é preciso se tornar encontrável, seja em mecanismos de busca ou comparadores de preço". Para o consultor, a grande vantagem do comércio de nicho é a facilidade de vender os produtos para um público geograficamente distribuído. "A web é um canal privilegiado, que vai além da porta da loja", afirma Cabral.
O Brasil está realmente amadurecendo para o comércio eletrônico, não é a toa que há uma previsão de crescimento nas vendas onlines de 30% para 2010. http://bit.ly/c52msy
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